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segunda-feira, 1 de junho de 2015

M 6- O Aglomerado da Borboleta

              Continuando a Saga Lacaille pela constelação de Escorpião hoje vou apresentar um dos aglomerados abertos que mais gosto. Quando comecei a observar seu formato inequívoco já me era conhecido de diversas fotografias.  Desta forma fiquei atônito quando o observei de verdade  e realmente a primeira coisa que me veio a mente foi mesmo uma borboleta. Não qualquer borboleta mas um membro da familia das  Papilionidae. Esta apresentam aquele formato caracteristico das rabetas de prancha de surf biquilhas que eram a febre na minha adolescência. Swallow-Tail. Depois de um pouco de pesquisa cheguei a conclusão que fosse o Aglomerado da Borboleta um verdadeiro panapanã , um  artrópode , inseto e habitante da Terra ele seria uma Maculina Alcon .  Um amigo taxinomista insiste que seria uma   Ornithoptera Priamus Euphorion mas a cor amarelada desta parece-me destoar muito do parente celestial.

            M 6 é o nome popular dado ao nosso aglomerado. Conhecido como um esfuminho cósmico na cauda do Escorpião desde a antiguidade este é um dos DSO´s mais conhecidos de todos os céus. Burnham propõe que ele tenha sido observado por Ptolomeu assim como M7. Mas é discutível que o astrônomo alexandrino tenha  observado. A primeira descrição acima de qualquer suspeita foi realizada antes de 1654 por Hodierna mas como o s trabalhos deste ficaram desaparecidos por séculos e apenas foram redescobertos nos anos de 1980 seu registro ficou a cargo de M. de Cheséaux quando o descreveu como " um bem interessante aglomerado de estrelas" em 1745-46. Nosso herói Lacaille o inclui em seu catalogo entre 1751-52  como Lac III.12 e foi muito mais falador  do que lhe era habito: " um peculiar aglomerado de pequenas estrelas , dispostas em três bandas paralelas formando um losango com 20 a 25 de diâmetro e preenchido com nebulosidade".   E finalmente Messier o inclui em seu famoso catalogo de objetos a não serem observados e  sendo sua 6a  entrada garantiu seu nome para posteridade como M 6 . Em seu catalogo ele nos deixa este registro: " Aglomerado de tênues estrelas entre o arco de Sagitário e a cauda do Escorpião.  Para a vista desarmada ele se apresenta como uma nebulosa sem estrelas mas mesmo o mais modesto dos instrumentos revela tratar-se de um aglomerado de estrelas" . Parece que  primeiro a perceber seu obvio formato ( ou pelo menos registra-lo) foi Burnham : "... um charmoso grupo cujo a forma lembra uma borboleta com asas abertas."

            Localizado a cerca de 4o da subgigante azul Lambda Scorpio na cauda do Escorpião e um ´pouco ao norte de M7 seu esfuminho é facilmente percebido mesmo em noites de lua.  Juntamente com M7 e M8 nosso aglomerado forma uma das areas mais brilhantes no rio galáctico. Todos habitam em direção a centro galáctico e M6 é certamente o DSSO visível a olho nu mais próximo do coração de nossa galaxia.

            M 6 esta a aproximadamente 1600 anos luz de nós e a maioria de suas estrelas é marcada por ma tonalidade branco azulada e são do classe espectral B e ainda estão na sequência principal. Uma notável excessão é a Variavel BM Scorpii que destaca-se dos demais membros no corpo da Borboleta pela sua coloração claramente alaranjada. Com sua magnitude variando entre 5.5 e 7 ela já foi percebida a olho nu por astrônomos com visão privilegiada. è um grande deito para uma estrela a mais de 1500 anos luz...
1 frame 30 seg .
            Embora existe algum debate sobre a idade do aglomerado as gigantes ainda não evoluídas me levam a acreditar em idades mais juvenis. O Sky Catalog 2000.0 atribui meros 51 milhões de anos. Já Burnham e a pagina da webda oscilam entre 100 e 95 milhões de anos.
            M 6 é um espetáculo com quase qualquer instrumento ótico. Mas em binóculos comuns não se chega a perceber claramente seu formato peculiar. assim acho que é um alvo telescópico. Mas mesmo aumento de pouco mais que 25 X já revelam seu segredo e garantem perceber o colorido de BM Scorpii.

            È um DSO clássico e que deve ser visitado por todo e qualquer astrônomo que passear pela região de escorpião durante o inverno que se aproxima. 

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